Intuitivamente, todos sabemos o que é atenção. Sabemos que prestar atenção é concentrar nossa energia mental em um único assunto ou tarefa, deixando outras coisas em segundo plano. Entretanto, este conhecimento intuitivo não garante a otimização deste processo cognitivo em favorecimento do aprendizado. Para o escopo de otimização da aprendizada é necessário entender o processamento da atenção a partir do conhecimento das bases neurobiológicas da atenção, ou seja, como e quais circuitos cerebrais são ativados no momento em que concentramos nossa atenção numa determinada tarefa ou assunto. Isso se torna muito relevante na aplicação pedagógica. Sendo portanto, muito importante para professores, pais e profissionais afins.
Estado de vigilância e alerta
Não tem como falar em atenção sem falar em nível de vigilância e alerta em que o cérebro se encontra em determinada situação. Este aspecto é importantíssimo na manipulação da atenção. No entanto, quando este nível de vigilância está no extremo, à atenção de outros processos cognitivos são sobremaneira prejudicada. Mas a boa notícia, é que nosso cérebro é dotado de um sistema funcional que regula os níveis de vigilância. E o mais importante circuito deste sistema é denominado locus ceruleus (local azul devido sua coloração azulada). Fica situado no mesencéfalo, uma parte do encéfalo logo abaixo do cérebro. O locus ceruleus é o principal transmissor da noradrenalina, um neurotransmissor muito utilizado na estimulação de um neurônio para o outro.Quando a noradrenalina é liberada observa-se um aumento na detecção de estímulos e na capacidade de resposta rápida. E assim a noradrenalina controla o estado de alerta e vigilância, evitando como já foi falado, as consequências negativas de um estado de vigilância extremista.
Circuito orientador
Se você estiver concentrado em qualquer outra coisa e alguém em um grupo próximo citar seu nome, sem que você perceba como, mudará rapidamente seu foco de atenção e se posicionará melhor para ouvir ou ver melhor sobre o que se refere.
Neste exemplo, a primeira coisa que acontece é à ativação de um circuito orientador localizado no córtex do lobo parietal. Esse circuito permite o desligamento de um foco atencional e desloca à atenção para um outro ponto, ao mesmo tempo também em que faz uma espécie de ajuste fino para que a percepção do novo estímulo seja melhor apurado. Dependendo do estímulo, esse circuito previlegia um sistema sensorial ao invés de outro. Como exemplo, pode previlegiar a audiçao em vez da visão.
circuito executivo
Este circuito, nos ajuda a manter a atenção por muito tempo.Além de ser também inibidor de estímulos distraidores. Localiza-se em uma area do córtex frontal: a porção mais anterior de uma região conhecida como giro do cíngulo.
Outra importante função deste circuito, é que ele está estreitamente relacionado com a aprendizagem consciente. No giro do cíngulo, podemos identificar duas areas diferentes : uma que controla e regula a atenção aos processos emocionais.E outro que controla e regula os processos cognitivos.
Uma lesão na região do giro do cíngulo é uma das causas do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH)
Motivação
Todos nós temos nossas preferências por algumas coisas em detrimentos de outras. Essas preferências e interesses é que nos faz querer focar e permanecer por longo tempo com a atenção em determinadas coisas. Podemos observar isso, quando estamos passando pela rua em frente a um bar com a tv ligada. Você talvez nunca pararia ou entraria nesse bar a não ser por causa daquela reportagem que você tanto queria assistir ou o gol que acabou de acontecer de seu time preferido.
Nossa atenção surge mais facilmente quando os estímulos a nossa volta faz parte do nosso universo de preferências. Quando os estímulos se encaminham desta forma, nos sentimos motivados a parar para prestar atenção nos que estamos vendo ou ouvimos. No entanto, muitas vezes não nos sentimos motivados pelas mesmas coisas. A motivação para prestar atenção está estreitamente ligado com a nossa historia de vida. Uma criança que é privada de entretenimento e carinho dos pais terá motivações completamente diferente de uma criança que tem todas essas coisas a sua disposição a todo momento. Um adulto que durante sua infância nunca foi incentivado a ler, possui motivação e consequente atenção totalmente divergente daquele adulto que sempre foi incentivado a leitura e que sempre tem sua atenção despertada quando o assunto é livros.
Diante dessas obervações, é fundamental destacarmos o papel de pais e professores na educação de filhos e alunos. O professor que possui estes conhecimentos acerca de como o cérebro processa e decodifica as informações, saberá sem sombra de dúvidas estabelecer e preparar o ambiente de aulas que irão ativar circuitos cerebrais e farão com que seus alunos se sintam motivados a focar sua atenção nas informações que estão sendo transmitidos.Neste aspecto (infelizmente) nosso sistema de educação precisa ser reavaliado. Os padrões educacionais estão obsoletos em um tempo em que a tecnologia surge e se transforma com velocidade supersônica. Esta deficiência explica porque a grande maioria dos alunos de hoje estão mais interessados em videos games e internet do que seu professor ou professora tem para falar.
Pensar sobre esta questão é necessário e precisa ser aplicado agora. É a neurociência em benefício da educação
fonte: Neurociência e educação: como o cérebro aprende Cosenza, Ramon M.
Estado de vigilância e alerta
Não tem como falar em atenção sem falar em nível de vigilância e alerta em que o cérebro se encontra em determinada situação. Este aspecto é importantíssimo na manipulação da atenção. No entanto, quando este nível de vigilância está no extremo, à atenção de outros processos cognitivos são sobremaneira prejudicada. Mas a boa notícia, é que nosso cérebro é dotado de um sistema funcional que regula os níveis de vigilância. E o mais importante circuito deste sistema é denominado locus ceruleus (local azul devido sua coloração azulada). Fica situado no mesencéfalo, uma parte do encéfalo logo abaixo do cérebro. O locus ceruleus é o principal transmissor da noradrenalina, um neurotransmissor muito utilizado na estimulação de um neurônio para o outro.Quando a noradrenalina é liberada observa-se um aumento na detecção de estímulos e na capacidade de resposta rápida. E assim a noradrenalina controla o estado de alerta e vigilância, evitando como já foi falado, as consequências negativas de um estado de vigilância extremista.
Locus ceruleus (local azul) |
Circuito orientador
Se você estiver concentrado em qualquer outra coisa e alguém em um grupo próximo citar seu nome, sem que você perceba como, mudará rapidamente seu foco de atenção e se posicionará melhor para ouvir ou ver melhor sobre o que se refere.
Neste exemplo, a primeira coisa que acontece é à ativação de um circuito orientador localizado no córtex do lobo parietal. Esse circuito permite o desligamento de um foco atencional e desloca à atenção para um outro ponto, ao mesmo tempo também em que faz uma espécie de ajuste fino para que a percepção do novo estímulo seja melhor apurado. Dependendo do estímulo, esse circuito previlegia um sistema sensorial ao invés de outro. Como exemplo, pode previlegiar a audiçao em vez da visão.
circuito executivo
Este circuito, nos ajuda a manter a atenção por muito tempo.Além de ser também inibidor de estímulos distraidores. Localiza-se em uma area do córtex frontal: a porção mais anterior de uma região conhecida como giro do cíngulo.
Outra importante função deste circuito, é que ele está estreitamente relacionado com a aprendizagem consciente. No giro do cíngulo, podemos identificar duas areas diferentes : uma que controla e regula a atenção aos processos emocionais.E outro que controla e regula os processos cognitivos.
Uma lesão na região do giro do cíngulo é uma das causas do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH)
Local do giro do cíngulo no córtex frontal |
Motivação
Todos nós temos nossas preferências por algumas coisas em detrimentos de outras. Essas preferências e interesses é que nos faz querer focar e permanecer por longo tempo com a atenção em determinadas coisas. Podemos observar isso, quando estamos passando pela rua em frente a um bar com a tv ligada. Você talvez nunca pararia ou entraria nesse bar a não ser por causa daquela reportagem que você tanto queria assistir ou o gol que acabou de acontecer de seu time preferido.
Nossa atenção surge mais facilmente quando os estímulos a nossa volta faz parte do nosso universo de preferências. Quando os estímulos se encaminham desta forma, nos sentimos motivados a parar para prestar atenção nos que estamos vendo ou ouvimos. No entanto, muitas vezes não nos sentimos motivados pelas mesmas coisas. A motivação para prestar atenção está estreitamente ligado com a nossa historia de vida. Uma criança que é privada de entretenimento e carinho dos pais terá motivações completamente diferente de uma criança que tem todas essas coisas a sua disposição a todo momento. Um adulto que durante sua infância nunca foi incentivado a ler, possui motivação e consequente atenção totalmente divergente daquele adulto que sempre foi incentivado a leitura e que sempre tem sua atenção despertada quando o assunto é livros.
Diante dessas obervações, é fundamental destacarmos o papel de pais e professores na educação de filhos e alunos. O professor que possui estes conhecimentos acerca de como o cérebro processa e decodifica as informações, saberá sem sombra de dúvidas estabelecer e preparar o ambiente de aulas que irão ativar circuitos cerebrais e farão com que seus alunos se sintam motivados a focar sua atenção nas informações que estão sendo transmitidos.Neste aspecto (infelizmente) nosso sistema de educação precisa ser reavaliado. Os padrões educacionais estão obsoletos em um tempo em que a tecnologia surge e se transforma com velocidade supersônica. Esta deficiência explica porque a grande maioria dos alunos de hoje estão mais interessados em videos games e internet do que seu professor ou professora tem para falar.
Pensar sobre esta questão é necessário e precisa ser aplicado agora. É a neurociência em benefício da educação
fonte: Neurociência e educação: como o cérebro aprende Cosenza, Ramon M.
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